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Artigo: A negra história de Michael Jackson e seus símbolos

   Pele negra, cabelo pixaim, nariz batatinha. Não foi esse perfil do artista que ganhou o último VMA (prêmio da MTV americana) como artista do século. O que sobrou do antigo Michael Jackson, de Off the Wall, Thriller e Bad? A criatividade musical infelizmente não. Talvez, apenas, uma pessoa eternamente ressentida com o seu passado, solitária e doente.


   Quem sabe não exista popstar que motive mais gozação do que ele, pelo fato de sua total descaracterização física. “Olha o nariz dele!” “O que um sabão em pó não faz…” etc, etc. Mas é raro quem pare pra pensar o motivo de tantas plásticas, de sua “branquitude”, seu seu cabelo esticado e liso. Caso você, leitor, seja uma pessoa sensível, viu aquela série que passou na Globo e tenha sacado o que passa na mente do astro, parabéns. Certas deduções não precisam de diploma superior em Psicologia.


   Na infância, incontáveis surras de seu pai, o metalúrgico e músico amador Joseph Jackson. Sua mãe apostou no talento vocal do seu filho e insistiu ao crápula do marido para que o incluísse na Jackson Family. Com a saída de alguns irmãos, ficaram os Jackson Five e o primeiro show em 1963. Escola, ensaios e cascudos. Coitado dele se errasse algum passinho. Amigos não tinha. Era essa a vida de Michael. Num programa popular dos EUA, o cantor chegou a afirmar que vomitava de medo só de ver o pai. Na juventude, mais trabalho. Em 1979, lança Off the wall e sente-se ignorado pelos colegas que indicaram o álbum como melhor do ano. O seguinte, de 1982, Thriller foi um marco na história da música pop americana.


   À medida que o sucesso crescia, a solidão também aumentava. Depois de alcançar fama e uma bem-sucedida conta bancária, o astro comprou um castelo, transformando-o num parque de diversão, onde recebe seus amigos famosos entre eles, Diana Ross, a eterna venerável. E viu sua vida sendo difamada pelo seu constante contato com crianças até nascerem seus dois filhos, herdeiros da Terra do Nunca.


   Dito isso, agora, os símbolos da vida de Michael Jackson:
1. um parque de diversão, tentativa de viver uma infância que não teve e proporcioná-la a crianças.
2. sua relação com as crianças, os amigos que não teve.
3. o nariz plastificado, a antiga imagem que quis superar.
4. o nariz de Diana Ross, a pessoa que ele gostaria de ser.
5. a pele embranquecendo, sinal de vitiligo, doença adquirida por um trauma, no caso dele, a atitude do pai.
6. máscaras e óculos escuros, dificuldade de encarar as pessoas, medo.
7. Terra do nunca, a terra de Peter Pan, o eterno menino.


   Por essas razões, antes de rir de uma figura como Michael, pense no quão é bom ser você e não o artista do século.

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