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Recomeçando…

Os meus cinco leitores declaradamente fiéis provavelmente notaram o hiato de três meses sem novos posts neste blog. Tenho uma explicação nobre: exatamente desde 13 de fevereiro, um dia antes do último post, estou com minha cabeça totalmente voltada para um novo projeto-empreendimento na web. Hoje quero fazer este post estilo “diarinho” pra deixar registrado um rápido histórico dos eventos que me trouxeram até aqui. Tenho dúvidas sobre quão interessante ele será para quem o ler, mas ainda assim me sinto bem ao fazê-lo. Então vamos lá.

Desde o primeiro momento em que tive acesso à internet em 1999 do alto dos meus 16 anos, através do meu saudoso pentium 2 com conexão discada da Escelsanet, eu me interessei por não só usar, mas também por “fazer” web. Comecei com uma página pessoal, passei pelo lado negro da rede com o freemp3.com.br, entendi o poder da colaboração e tive o primeiro sucesso (relativo) com o Central da Música, gerenciei uma comunidade online de gammers e acertei no alvo com o Flogão, com o qual aprendi na marra um monte de valiosas lições sobre desenvolvimento web, relacionamento com usuários e empreendedorismo.

Em 2007, quando vendemos o Flogão para a Power.com e fui trabalhar lá, levei pouco tempo para perceber duas coisas importantes: que eu sofria  de uma espécie de “complexo de vira-latas” e que eu não consigo me motivar sem um empreendimento pra chamar de meu. Os doze meses no escritório carioca da Power, convivendo e trabalhando com aquelas pessoas que me foram apresentadas como “as melhores em suas áreas”, me ajudaram a entender a dimensão do que eu já havia realizado e do que eu sou capaz. Com a auto-estima no seu merecido lugar, faltava eu voltar a ter aquela segunda coisinha importante que mencionei.

Retornei para Vitória no início de 2008 com dois objetivos principais: concluir a minha graduação (mais por descargo de consciência do que por achar realmente importante) e começar algo novo, de novo. Na graduação, tudo correu mais ou menos como o planejado. Já no campo empreendedor, acabou sendo um “ano sabático”. Nunca li tanto sobre o mercado web, tecnologia e ferramentas de desenvolvimento, nem nunca tinha usado tantas web apps quanto no ano passado. Isso pode parecer simplesmente procrastinação (na maior parte do tempo era mesmo), mas é incrível o quanto abriu minha mente ter gasto todo aquele tempo para observar o que estava acontecendo na internet.

O resultado disso? Ideias. 45.056 bytes de boas ideias, algumas descritas tão detalhadamente que mais pareciam mini-planos de negócios, registradas num .txt que abri exclusivamente para isso. Acontece que esse período absurdamente fértil do meu cérebro acabou me prendendo no velho problema do “pensar demais, fazer de menos”. Ou, como diz o mantra dos empreendedores, “uma ideia não vale nada sem a execução”.  Como eu não estava executando nada, tudo o que eu fiz em 2008 valia exatamente isso: nada!

Criar este blog em dezembro/08 foi uma forma de começar a fazer. Não é que eu queira que ele venha a ser um negócio (o que até é possível, que o digam os “pro-bloggers”), mas pra botar o blog no ar resolvi alugar um pequeno vps, meter a mão no linux e configurar tudo por conta própria, algo que no Flogão ficava a cargo do meu sócio. Queria me tornar o mais auto-suficiente possível (reflexos do trauma de uma sociedade que terminou mal) antes de voltar a empreender. De brinde, tinha um espaço pra fazer algo que sempre gostei (escrever) e ainda fazer o meu “marketing pessoal”.

Começou 2009 (que me incutiu a natural empolgação de início de ano), eu já tinha dado o passo inicial de sair da inércia e estava cheio de ideias. Mas ainda tinha um problema: precisa me decidir por uma delas. E foi aí que o inusitado aconteceu. Lendo um post no blog do Fred Wilson, decidi no mesmo dia que iria começar executando uma ideia que ele deu.

Passados três meses, o que num primeiro momento eu enxerguei como algo bastante simples e com potencial limitado (porém interessante), cresceu na minha visão e se conectou com aquelas ideias que eu havia tido no ano passado. Desde aquele primeiro dia tenho dois amigos da minha turma original da UFES acreditando e trabalhando comigo nesta “coisa”. Por mais que eu já tenha quebrado a cara com um sócio, felizmente me libertei do estado de negação “vou fazer tudo sozinho” e compreendi que aquilo foi uma experiência para ser assimilada. Não é inteligente, nem muito viável, tentar dar uma de super-homem empreendedor.

Portanto, aqui estou, com uma crença firme, sonhando alto e bem-disposto como nunca, com muita coisa por fazer e obstáculos para superar. Se vamos realizar o que queremos não dá pra dizer com 100% de certeza, mas tenho uma sensação muito otimista a respeito. Em todos os aspectos, este é o melhor começo de algo que eu já fiz. Quero, em alguns anos, poder escrever aqui que teve também o melhor fim.

Ps.: ainda não vai ser nesse post que eu vou contar que projeto é esse. Ainda temos alguns meses de trabalho pela frente :)

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  • http://www.pauloacosta.com/ Paulo A. Costa

    Rodrigo, Boa Sorte nesse novo empreendimento.

    Estou mais ou menos nessa mesma etapa que você, mas ainda estou em duvida sobre a parte do super-homem: algumas vezes acredito que é algo inviável tocar um projeto sozinho, por outro lado do que vale ter “sócios” que não estão tão empolgados como você com o projeto?

    Estou iniciando um novo projeto. Sou desenvolvedor e além de não ter talento com design (aliás, nem a maioria dos designers no brasil tem!) tenho muita dificuldade com a parte de infra-estrutura (escalonamento, meu pesadelo de todas as noites).

    Você em outro post comentou sobre ter utilizado o ThePlanet para o flogão, você chegou a trabalhar lá com a parte de Load Balancing? Você tem alguma comentário a fazer sobre isso, com o conhecimento que adquiriu no seu antigo projeto? Preciso urgentemente lidar com esses problemas, sei que poderia contratar alguém de Infra-estrutura, mas você conhece essa etapa de um novo projeto… Investir utilizando o que sobra do meu salario de analista é muito complicado … é dificil convencer alguém a fazer algo em troca de um sanduíche.

    Ouvi falar em algumas soluções prontas como o Amazon S2, e o Grid da MediaTemple. O que você acha delas?

    []'s

  • http://www.sanainside.com Diego Sana

    Oi Paulo. Em primeiro lugar, o nome é Diego :p Não sei por quê, mas várias pessoas já me chamaram de Rodrigo haha.

    Sobre sócios, existem muitos tipos de empreendimentos que você pode tocar sozinho, especialmente na web. Ter um sócio com você que não participa ou não está “empolgado” não é de fato vantagem nenhum, por isso é que dizem que sociedade é como casamento e que tem que namorar um pouco antes pra ter certeza de que aquele é o parceiro ideal. E, quando for formalizar a sociedade, é sempre bom ter cláusulas no contrato social estabelecendo uma dedicação mínima e com mecanismos pra excluir sócios fanfarrões. Mas isso é especialidade de advogado, não minha :)

    O flogão usava uma solução de load balancing por hardware do ThePlanet. Um servidor dedicado recebia todas as requisições feitas ao site e as redirecionava para um dos outro sete servidores do site que rodavam a aplicação via http. Não tem segredo nenhum pra usar nem configurar. Existe ainda a possibilidade de se fazer load balancing por software, ou seja você configura uma máquina rodando um servidor http (o apache, por exemplo) pra receber todas as requisições pra um dado domínio, e aí é o software que vai redirecionar as requisições para outras máquinas. Pra fazer load balancing por software recomendo o nginx, que é um servidor mais leve e mais apropriado pra isso que o apache.

    Não gosto da MediaTemple, e o Grid é um serviço de shared hosting, sem acesso root ao seu servidor. Não sei qual é o seu projeto, mas se já está pensando em coisas do nível avançado como loadbalancing, acho que o Grid não se aplica ao caso. Já o Amazon EC2 (acho que é isso que quiz dizer) é um servidor dedicado virtual que facilita a escalabilidade por possibilitar clonagem e criação/destruição de instâncias onthefly, via apis. Vc pode usar uma instância do Amazon EC2 como load balancer por software, mas definitivamente não é uma solução pronta. De qualquer jeito, todos os serviços do Amazon AWS (EC2, S3, EBS, etc) são bons e várias startups estão usando. Eu particularmente gosto mais do slicehost.com pra servidores virtuais e do mosso.com pra cloud servers. Ambos são do rackspace.com, grande empresa de hosting conhecida pelo ótimo suporte aos clientes.

    Espero que tenha ajudado :)

  • http://www.poemeus.com/ Ivan

    fala Diego,
    estou curioso por este empreendimento.
    se for algo como o saudoso flogao, será ótimo.
    não sei se lembra de mim
    flogao sete
    saudações

    Ivan

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