Você já deu o seu tiro no Internet Explorer 6 hoje?

Lançado em 2001, o Internet Explorer 6 foi o navegador mais bem sucedido de todos os tempos em termos de market-share: com a vitória da Microsoft sobre o Netscape Navigator e sua inclusão no WindowsXP, o browser chegou a estar instalado em 98% dos computadores usados para navegar na web no ano de 2003. Com a liderança garantia, a Microsoft relaxou e gozou por anos, sem se preocupar em corrigir problemas de segurança, o que transformou o navegador num verdadeiro queijo suíço.

Com tanto tempo de predomínio, cheio de falhas e, pior ainda, sem aderir aos web standards, o IE 6 se tornou também o navegador mais odiado da história, principalmente por desenvolvedores web que perderam horas e fios de cabelo tentando fazer seus sites funcionarem corretamente nele. Pois bem, com o lançamento no final de 2006 do Internet Explorer 7 (que só saiu porque o Firefox começou a fazer sucesso, obrigando a Microsoft a se mexer), o ódio aumentou ainda mais, e se tornou mortal: principalmente do ano passado para cá, vários desenvolvedores, blogueiros e sites especializados tem feito campanha para os usuários abandonaram o Internet Explorer 6.

Aparentemente o primeiro e certamente o mais conhecido site a pedir a caveira do IE6 foi o iedeathmarch.org. No Brasil, só neste comecinho de 2009, a bola já foi levantada em blogs pelo Leandro Vieira, o Webinsider e o Bruno Dulcetti, além do site Imasters ter também iniciado uma campanha pela morte do navegador. E afinal, qual é o tamanho do problema? As estatísticas não são totalmente precisas, mas é seguro dizer que pelo menos 30% dos internautas ainda navegam usando a versão 6.

E isso é um problema e tanto, e infelizmente não vai ser resolvido com essas mobilizações. Veja bem, dou total apoio a campanhas como essa. Por mim, seria até um pouco mais radical e já pediria logo a morte do IE7 e IE8 (este em fase final de gestação). Mas o buraco é mais embaixo. Usuários, infelizmente, não atualizam seus sistemas mesmo que solicitados a fazê-lo. Sempre foi assim, e por um bom tempo ainda será. Na questão específica dos navegadores, o livro “Usabilidade na Web”, do papa Jakob Nielsen, lança uma luz sobre o assunto:

“Nossa recomendação geral é esperar entre cinco e seis anos depois da distribuição de uma nova versão de navegador para não precisar se preocupar com a anterior. Por exemplo, o Ie5 foi distribuído em 1999, você poderia então seguramente ignorar a versão 4 em 2004. O IE6 foi distribuído em 2001, assim provavelmente pode começar a ignorar o IE5 em 2007. O IE 7 foi introduzido em 2006, então você provavelmente precisará suportar o IE6 até 2012″.

A recomendação do Jakob tem se mostrado efetiva até o momento (por exemplo, em 2006, o IE5 ainda era usado por 5% dos usuários). Portanto meus caros, essa é uma luta que ainda vai ser travada por alguns sofridos anos. Enquanto isso, sugiro que os desenvolvedores não caiam na tentação de ignorar a compatibilidade com IE6 em seus sites, por mais penoso que isso seja. E não custa nada seguir tentando salvar algumas almas do purgatório recomendando navegadores melhores, como o Firefox (que por sinal, pode ser baixado em GetFirefox.com).

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