Startupi: temos número suficiente de empreendimentos web relevantes?
Na segunda semana de dezembro, foi ao ar o blog startupi, que em resumo pretende ser para o mercado brasileiro de empreendedorismo e novas empresas de tecnologia o que o TechCrunch é para os americanos. A idéia é obviamente ótima e isso se refletiu numa relativamente significativa divulgação da iniciativa por meio de blogs e outras mídias sociais (eu por exemplo, descobri o site através de um twitt de uma das únicas três pessoas que eu “seguia” no início do mês).
Além de relevante, o projeto também parece ser sério e ter até algum capital para se desenvolver de forma profissional. Tudo bem que eu já ouvi essa história de “americano vem para Brasil, descobre pessoas e ambiente s maravilhosos e decide investir na criação de algo novo no país” e ela talvez não acabe bem. Mas isso são outros quinhentos.
Quanto ao startupi, a princípio, quando li que havia um suporte financeiro ao projeto confesso que minha primeira reação foi pensar pequeno e indagar “Por que diabos alguém precisa de investimento para iniciar um blog?”. Sem eu pedir, o Cardoso prontamente esclareceu que essa “verba” será usada para bancar viagens dos autores Alexandre Fugita e Gilberto Jr pelo Brasil, afim de conhecer “in loco” as startups de tecnologia tupiniquins. Se é assim, então sim.
A julgar pela receptividade das pessoas que foram na festa de lançamento do blog, e pela grande quantidade de matérias que foram sendo publicadas nos dias seguintes, um avaliador precipitado poderia logo sentenciar que a idéia já é um sucesso, que este é um nicho promissor e que o startupi realmente tem futuro.
Num dos posts inaugurais, os próprios autores reforçam essa idéia dizendo que há sim um mercado para isso e que ele ainda precisa ser explorado. Na prática, porém, com exceção dos posts iniciais, ainda não houve nenhum amplamente debatido pelos leitores (o que é perfeitamente normal e compreensível, considerando que o blog tem menos de 3 semanas de vida), e nesta última semana as publicações foram infrequentes e com aspecto de “requentados”.
Dá a impressão de que está faltando assunto. Pode ser o Natal, pode ser estratégia dos autores segurarem os posts para o período pós-festas, ou pode ser mesmo o que parece: talvez não temos no Brasil tantas startups de tecnologia que sejam realmente relevantes e mereçam uma cobertura mais séria.
O meu lado ufanista e empreendedor quer acreditar que essas suspeitas iniciais sejam precipitadas. Que o startupi vai crescer e se tornar o TechCrunch brasileiro. Que um dia teremos no Brasil pelo menos 10% do ambiente propício a startups de tecnologia que existe no Vale do Silício. E que nossos empreendimentos na web ganhem o mundo (ou pelo menos o próprio Brasil). Para isso acontecer, não nos resta só sentar e esperar o tempo nos dizer. Quem faz ou torce pelo mercado nacional deve acompanhar e interagir com iniciativas como o startupi. E fazer a sua parte, saindo da zona de conforto e botando pra fazer. Parodiando Mulder, as oportunidades estão lá fora, esperando para serem agarradas.
Tags: empreendedorismo, startupi
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