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Crie seu mix legal com o 8tracks

Ontem eu descobri, através de uma indicação no AVC, uma nova startup dedicada a possibilitar aos usuários criarem playlists musicais para compartilhar com o mundo: 8tracks.com. O site foi lançado em agosto e a idéia por trás do nome é que você possa criar “mixes” com oito canções de sua preferência, e disponibilizar esses mixes para serem ouvidos via streamming, seguindo porém um padrão baseado em rádios convencionais. Os mixes podem ser ouvidos no próprio site (que tem uma função de busca por artista ou genêro), ou serem inseridos em blogs ou redes sociais. O diferencial em relação a serviços já estabelecidos como o last.fm ou o pandora.com (que a propósito, está agora bloqueando usuários de fora dos EUA) é que no 8tracks você pode montar as playlists enviando as músicas que tiver no seu ipod ou computador, ou simplesmente usar as que outros usuários já enviaram. O site tem ainda uma funcionalidade de socialização inspirada no twitter: você pode escolher “seguir” um outro usuário, e assim será informado em seu perfil a cada vez que este usuário criar uma nova playlist.

A boa notícia é que o serviço é completamente legal e paga royalties aos artistas.  Para tanto, o 8tracks se adequou às regras de licença compulsória para webcasts propostas pela lei americana de copyrigth digital do milênio (DCMA act, 1998). Conforme o site explica numa de suas páginas, para se enquadrar nessas regras um serviço webcast precisa proporcionar aos ouvintes uma experiência similar à proporcionada pelas rádios convencionais, que são essencialmente não interativas. Com isso, por exemplo, um usuário não pode determinar a ordem em que as músicas de uma playlist vão tocar, e nem mesmo saber qual será a próxima canção a ser executada. De fato, cada playlist no 8track tem apenas um título (algo como “8 músicas que você precisa ouvir”) e uma breve descrição (na qual os usuários informam o estilo de música e alguns dos artistas, sem citar o nome das canções porém ). Outra característica é que você não pode avançar ou voltar para uma canção de seu interesse.

A má notícia é que royalties custam caro e o site pode não se mostrar viável e fechar. Por cada música ouvida, o 8track precisa pagar 1/70 centavos de dollar (e esse valor vai aumentar para 1/50 a partir de 2010), e explica que para se tornar viável, precisa conseguir um CPM médio com publicidade de pelo menos $ 20.00 (aumentando para $ 30.00 em 2010). No Brasil, um serviço assim seria inviável. E nos EUA, embora os fundadores possam ter esperança, ainda assim é uma missão quase impossível. O problema não é conseguir comercializar anúncios a um CPM de $ 20.00. O problema é vender TODOS os seus pageviews a esse preço. Para se ter uma idéia, o Myspace, a rede social com maior faturamento no mundo, teve um CPM médio (contabilizando dividindo-se suas receitas pelo número de pageviews) de cerca de $ 0.20 no ano passado!!! Fiz esse comentário no tópico do AVC que indicava o 8track e o CEO da empresa, David Porter, respondeu concordando que realmente é uma operação custosa, e que espera conseguir um “alívio” nestes custos por meio de negociações em andamento e que também vão oferecer um serviço premium para DJS – segundo ele, este modelo funcionou bem no Live365.com, do qual ele participou.

De qualquer forma, o quanto o 8track terá que pagar (e ganhar para conseguir pagar) não é nosso problema, felizmente. É mais um serviço interessante para os aficionados por música, e tem tudo para receber muitas adesões.

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